Religião e Reabsorção

Em matéria de religião, cronologia é fundamental. Diferentemente do que tentaram fazer os perenialistas, a única forma de um ocidental compreender as demais religiões é reabsorvendo-as no cristianismo, vendo todas as que vieram antes – e não apenas o judaísmo – como uma preparação para a Igreja definitiva, a do fim dos tempos. Como o islamismo é a única que veio depois, não pode ser reabsorvido, sobrando como única alternativa a de ser considerado como uma degeneração da compreensão de Deus. Estou firmemente convicto de que esta é realidade e não apenas a visão simplista e unilateral de um cristão.

5 Respostas to “Religião e Reabsorção”

  1. Sueli Says:

    Você esquece- ou finge esquecer?- que a maior parte dos ocidentais são secularizados e já superaram as velhas superstições dos velhos povos selvagens. Dizer que só pelo cristianismo se pode entender as velhas religiões equivale a dizer que só os tolos supersticiosos podem entendê-las. É colocar a superstição acima da capacidade intelectual e valorizar a ignorância.

    • André Oliveira Says:

      Não entendi seu comentário, Sueli. Explique-se melhor, por favor. Você quis dizer que só os homens “secularizados” podem entender as religiões antigas? É isso?

  2. Sueli Says:

    Eu disse que a maior parte dos ocidentais é secularizada. O caminho que você aponta para o entendimento das religiões – submissão às superstições da sua religião- não só não é caminho para entender coisa alguma, mas não é nem sequer “ocidental”. Esse é o “entendimento” dos aiatolás e dos mulás, definitivamente não de nenhum ocidental digno do nome. O entendimento real das antigas religiões só pode ser atingido através da compreensão intelectual, superstições só atrapalham.

    • André Oliveira Says:

      Acho que agora entendi. Sua posição é muito diferente da minha. Tão diferente que é impossível discutir as nossas diferenças numa caixinha de blog. Se quiser me enviar um e-mail, posso tentar explicar melhor o meu trajeto até chegar à minha conclusão e você explicar o seu. ancoliva@gmail.com

      Um abraço

  3. Azot Says:

    Por falar em perenialistas, tenho dificuldades em aceitar a “trajetória” (argh!) de René Guénon. Quer dizer, então, que bastou ter tentado ser católico e visto que a coisa estava indo para o brejo para que o Islão lhe refulgisse aos olhos como uma tábua de salvação “civilizacional”? Muda-se de Deus como se muda de roupa? E a “personalidade divina” evocada em cada uma das religões, não diverge? E aquilo de dizer que a fé é um componente meramente sentimental, substituível pelo conhecimento das coisas eternas, não soa a ouvidos cristãos, mesmo aos mais embotados, como um apelo à gnose?

    Com as necessárias desculpas por tantas aspas, dou-lhe os cumprimentos pelo blogue. É muito raro ver alguém que não se furte à perplexidade. Ou, parafraseando um desses últimos franceses que valeram a pena (Léon Bloy?), é bom ver alguém que saiba que somente os pecadores podem tornar-se imbatíveis no cristianismo.

    Se quiser conversar, mande-me um e-mail. Sem constrangimentos.

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